| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1028-1 | ||||
Resumo:O cultivo de cogumelos comestíveis pode gerar de 5% a 20% de resíduos em relação ao volume produzido. Este material contém quitina, que pode ser convertido em quitosana após um processo de desacetilação. Normalmente, a fonte utilizada é obtida a partir de crustáceos provenientes de resíduos da indústria pesqueira, que demanda uma etapa de desmineralização por tratamento com um ácido forte. O uso de cogumelos como fonte do polímero possui a vantagem de dispensar esta etapa, além de apresentar uma quitosana com maior uniformidade de tamanho e grau de desacetilação. As nanopartículas/micropartículas magnéticas possuem um amplo potencial de aplicação em diversos campos das áreas médica, biológica e ambiental, como na hipertermia para tratamento de tumores, imuno separação magnética, remediação de poluentes, dentre outros. Estas partículas normalmente possuem um composto químico funcional recobrindo o óxido de metal. A quitosana é uma opção que apresenta características interessantes pois possui uma grande afinidade por várias substâncias orgânicas e inorgânicas devido aos grupos amino e hidroxila presentes. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi realizar a síntese e caracterização de partículas magnéticas (Fe3O4) funcionalizadas com quitosana extraída do fungo Lentinula edodes. A síntese foi realizada pelo método da coprecipitação e a funcionalização feita concomitantemente com o polímero. Foi realizada a caracterização da estrutura das amostras de óxido de ferro, da quitosana e da partícula de Fe3O4 funcionalizada com a quitosana por espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR). As partículas funcionalizadas foram analisadas quanto ao tamanho e dispersão pela técnica de espalhamento dinâmico de luz (DLS). Pela análise dos espectros de FTIR dos produtos obtidos, confirmou-se a presença dos grupos funcionais característicos da quitosana e do óxido de ferro, indicando que a partícula magnética foi funcionalizada com o carboidrato. O tamanho médio das partículas foi de 574nm com uma polidispersão de 2,2%. Assim, o uso de resíduos do processo produtivo do fungo comestível L. edodes surge como uma alternativa viável para obtenção da quitosana com fins de funcionalização de nano/micropartículas. Palavras-chave: Lentinula edodes, micropartículas magnéticas, quitosana Agência de fomento:Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior | |||||